sábado, 4 de fevereiro de 2012

2 - Os cabeças também cometem erros.















Repare em Saruman e Denethor. O primeiro nem sempre foi o mago malvado disfarçado na pegada do alvejante enquanto conduz pesquisas de procriação entre Orcs e Humanos que todos conhecemos. Ele já foi um velhinho realmente empenhado em sua tarefa, com o único defeito de ter um apego imobiliário muito forte - diferente dos turistas Alatar e Pallando, ou mesmo do saltitante Radagast. Já Denethor tinha todo o conhecimento e bravura necessários para ser respeitado entre seus homens e conduzir seu povo a uma derrota, no mínimo, honrosa - ou a uma vitória desastrosa. No entanto, ele criou um apego involuntário ao seu troninho em Minas Tirith e resolveu que seria mais bacana passar todo e qualquer ato que não envolvesse passividade para seus filhos, Boromir e Faramir.

Destino de ambos? Morrer em redenção e casar com a mulher mais miserê da Terra-média.

Destino dos cabeças? Voyeurismo obsessivo pelo olho (e talvez pelo anel) de Sauron através do globinho mágico, o palantír.


Ensinamento do dia: Se os seus superiores começarem a agir de modo muito estranho, não vá na onda deles. A não ser que você considere produtivo virar churrasquinho em comunidade ou esfaquear o mesmo após ele ter sido humilhado por pigmeus interioranos.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

1 - Sempre conte uma história por partes.



Sim, não importa se a narrativa for direcionada a hobbits quase aposentados ou semihumanos que se transformam em ursos nas horas vagas, ou mesmo se for apenas requisição do seu editor visionário ou uma forma de convencer seu estúdio a bancar a produção de três filmes gigantescos. Lembre-se que se a história for interessante o bastante, o ouvinte não prestará atenção a pequenos detalhes como ser "promovido" ao cargo oficial de ladrão de tesouros para uma companhia de anões ressentidos e medrosos o bastante para não bater de frente com o dragãozinho que dizimou sua cidade, ou mesmo a uma série de criaturas barbudas que invadem a sua terra, sequer tem ou andam sobre quatro patas e vem comer do seu mel e abusar da sua hospitalidade sem nem ao menos serem convidadas. Ele dificilmente perceberá também a qualidade intrínseca de seu livro enquanto arma branca ou mesmo o tempo não convencional de exibição a que seus espectadores serão submetidos.

Ensinamento do dia: Na terra-média, nos pântanos editoriais da George Allen & Unwin ou até mesmo nos meandros fílmicos da New Line, essa é uma estratégia que pode te levar "lá e de volta outra vez".